Pesquisadores liderados por Jef Boeke, do centro médico Langone, da Universidade de Nova York, em parceria com cientistas europeus, desenvolveram o primeiro cromossomo totalmente fabricado em laboratório. Trata-se de uma cópia artificial do cromossomo da levedura Saccharomyces cerevisiae, fungo unicelular utilizado na fabricação de etanol, pão e cerveja.
A proposta, segundo os cientistas, é modificar geneticamente as leveduras para capacitá-las a fazer muito mais do que fermentar massas ou secretar álcool. Microrganismos transgênicos já são usados na indústria para produção de insulina e drogas antimaláricas, por exemplo. Entretanto, pesquisadores acreditam que é possível usá-las para produzir substâncias ainda mais complexas. “Nossa meta é sintetizar os 16 cromossomos da levedura nos próximos quatro anos”, afirma Boeke, que trabalha no projeto há sete anos.
A descoberta tem potencial para que a ciência alce voos ainda mais altos, como a reconstrução de genomas inteiros de organismos complexos, a exemplo dos animais. A divisão fundamental entre seres vivos é a que existe entre procariotas (bactérias e arqueas) e eucariotas (todos os demais, incluindo os humanos). A produção de um cromossomo sintético é especialmente importante porque, evolutivamente, as leveduras estão do mesmo lado que o homem. A Saccharomyces cerevisiae tem aproximadamente 6 mil genes, dos quais, um terço é compartilhado com os seres humanos.
Fonte: Science, abril de 2014
Colaboración Cesar Polit
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