O Secretario de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, está em Santos, no litoral de São Paulo, para auxiliar na resolução do acidente aéreo que resultou na morte do candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) e outras seis pessoas. A aeronave que levava o presidenciável caiu na manhã desta quarta-feira (13) no bairro Boqueirão.
De acordo com Grella, os trabalhos do Corpo de Bombeiros seguem no local do acidente e não há uma estimativa de quando possam terminar. “Os trabalhos prosseguem no local do acidente e não devem terminar ainda hoje. Muitos locais possuem partes de corpos espalhados e esse material está sendo recolhido a medida de que o espaço é liberado pela aeronáutica. Os corpos serão levados para serem analisados em São Paulo. Será necessário realizar identificação por exame de DNA. Um inquérito da Polícia Civil foi instaurado para apurar se houve crime de homicídio culposo, mas as investigações ainda dependem das conclusões que deverão ser entregues pela aeronautica. Não haviam pessoas na academia, portanto não há vítimas de solo”, afirma Grella.
Alckmin
O Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, está em Santos e declarou que lamenta o acidente e disse que o país perdeu um grande homem e uma liderança política. “Nosso sentimento em nome da população aos familiares. O Brasil perdeu uma liderança jovem, promissora, que tinha muito a contribuir, uma figura admirável. Foi uma tragédia que me entristeceu. Eu, por meio do Marcio França, acabei conhecendo melhor o Eduardo e o admirava. Ele teve grande contribuição para o nosso país”, afirmou o Governador de São Paulo.
Prefeito
O Prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, também lamentou o ocorrido e garantiu que todas as providências estão sendo tomadas para que os corpos sejam resgatados. “Nossa solidariedade às vítimas e familiares. A prefeitura adotou todas as providências para atendimento imediato de todas as pessoas que tiveram intoxicação e que acabaram internadas. Neste momento apenas uma permanece no hospital. Os trabalhos de identificação dos corpos estão a cargo da Polícia Cientifica do Estado. A cidade está em luto oficial de 3 dias. As informações sobre o acidente serão passadas somente pela aeronautica”, conclui Barbosa.
Morte
O candidato a presidente do PSB, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos morreu na manhã desta quarta-feira (13) após a queda do jato particular em que viajava em um bairro residencial em Santos, no litoral paulista. Ele tinha completado 49 anos no último domingo (veja fotos da trajetória do presidenciável).
Campos tinha uma programação de campanha em Santos nesta quarta. Chovia no momento do acidente. De acordo com a assessoria do candidato, ele participaria às 8h, às 9h30 e às 14h30 de entrevistas a emissoras de televisão locais. Às 10h30, concederia uma entrevista coletiva às 12h30 participaria de um seminário sobre o Porto de Santos.
A bordo da aeronave, estavam sete pessoas, das quais cinco passageiros (entre eles Campos) e dois tripulantes. Veja a lista dos mortos:
– Eduardo Campos, candidado à presidência
– Alexandre Severo e a Silva, fotógrafo
– Carlos Augusto Leal Filho (Percol), assessor
– Geraldo Magela Barbosa da Cunha, piloto
– Marcos Martins, piloto
– Pedro Valadares Neto
– Marcelo de Oliveira Lyra
Seis vítimas do acidente que moravam na área onde caiu o avião foram para a Santa Casa de Santos 6 vítimas do acidente, entre elas duas crianças, duas mulheres e uma idosa. Segundo o hospital, todas passam bem.
A Polícia Federal enviou seis peritos para Santos a fim de trabalhar na apuração da causa do acidente. Aeronáutica e Polícia Civil também vão investigar.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) se deslocou para a cidade depois de tomar conhecimento da morte de Campos. “Estamos diante de uma tragédia que entristece todo o país. Quero em nome do povo de São Paulo trazer nossos sentimentos a todos os familiares das pessoas que perderam a vida nesse acidente”, afirmou Alckmin.
A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de três dias. “Estivemos juntos, pela última vez, no enterro do nosso querido Ariano Suassuna. Conversamos como amigos. Sempre tivemos claro que nossas eventuais divergências políticas sempre seriam menores que o respeito mútuo característico de nossa convivência”, afirmou a presidente em nota oficial.
Os principais adversários de Campos na campanha eleitoral, Dilma e Aécio Neves (PSDB), cancelaram os compromissos de campanha.
Todos os comitês de Dilma suspenderam as atividades após a confirmação da morte. “Estou absolutamente perplexo”, afirmou Aécio Neves no Rio Grande do Norte.
Nove anos antes, em 2005, no mesmo dia (13 de agosto), morreu o avô do presidenciável, Miguel Arrais, de quem Campos era herdeiro político.
Campos deixou o governo de Pernambuco em abril deste ano para concorrer à Presidência da República.
Segundo a mais recente pesquisa de intenção de voto do Ibope, divulgada no último dia 7, ele tinha 9% das intenções de voto, atrás de Dilma, com 38%, e Aécio, com 23%.
De acordo com a legislação eleitoral, o PSB poderá registrar em até dez dias outro candidato para substituir Eduardo Campos na disputa pela Presidência da República.
A morte de Eduardo Campos repercutiu de imediato no mundo políítico.
“Estamos muito chocados com tudo”, afirmou o deputado federal Marcio França (PSB), presidente do diretório estadual do partido em São Paulo.
França afirmou que Campos estava acompanhado de integrantes da equipe da campanha, como jornalistas e fotógrafo. Ele relatou que a mulher de Campos e o filho não estavam no jato – eles voltaram para Pernambuco em um avião de carreira.
No perfil da Rede Sustentabilidade no Twitter, foi publicada a seguinte nota: “Todos estamos chocados com a morte de Eduardo Campos, em queda de avião hoje de manhã. Marina Silva segue agora para Santos (SP)”.
A ex-senadora Marina Silva é a candidata a vice na chapa de Campos. Como o partido dela, a Rede Sustentabilidade, não conseguiu registro a tempo para concorrer na eleição deste ano, ela se filiou ao PSB. Ela poderá substituir Eduardo Campos como candidata ou permanecer como vice.
No Congresso, parlamentares falaram sobre o episódio. O deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) disse que foi informado da queda da aeronave pelo deputado Márcio França (PSB). “Estou atordoado. Parece que perdemos o Eduardo, uma liderança da nossa geração”, declarou Delgado antes de saber da confirmação da morte.
A Aeronáutica divulgou nota informando sobre a queda do avião, que saiu do aeroporto Santos Dumont, do Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto do Guarujá, cidade vizinha de Santos.
Leia a íntegra da nota:
O Comando da Aeronáutica informa que nesta quarta-feira (13/08), por volta das 10h, uma aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu na cidade de Santos, no litoral de São Paulo.
A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave.
A Aeronáutica já iniciou as investigações para apurar os fatores que possam ter contribuído para o acidente.
Brasília, 13 de agosto de 2014.
Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
g1.globo.com
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